Terminei de ler o primeiro livro da
escritora Melanie Benjamim, Eu sou Alice, lançado esse ano pela editora Planeta. A
autora se interessou pela verdadeira história de Alice Lidell, a Alice original
do País das Maravilhas e escreveu ou melhor, reescreveu um pouco a sua
história. O livro é basicamente feito de memórias de uma Alice já senhora, nas
quais demonstra o quanto pesou em sua vida o título de uma personagem
universal. Melanie Benjamim apesar de ser novata no meio literário, soube
mesclar com maestria a ficção e realidade de uma vida cheia de mistérios,
fazendo um romance envolvente e muito bom para os amantes da leitura.
Segue abaixo a sinopse oficial do livro:
Sinopse:
Todos conhecem a pequena Alice que um
dia caiu na toca de um coelho e entrou no mundo das maravilhas. Mas quem
foi Alice Liddell, a menina que aos sete anos inspirou o Sr. Charles
Dodgson a criar a história que depois assinou com o pseudônimo Lewis
Carroll? Esta Alice de carne e osso está nesse livro. Misturando ficcção e
realidade, Eu sou Alice reconstrói deliciosamente não apenas os bastidores da criação do livro Alice
no país das maravilhas, mas a vida daquela
menina travessa que no século XIX quase se casou com um príncipe de verdade.
Sua biografia se mistura com o surgimento do clássico que encanta gerações até
hoje. Por toda sua vida, ela carregou o peso de uma realidade que insiste em abafar
a poesia.
Alice Liddell tinha sete anos quando
posou para uma foto feita pelo Sr. Charles Dodgson. Trajando um simples vestido
de babados e com os pés descalços tocando pela primeira vez a grama da
universidade de Oxford, a imaginosa e espevitada menina rolava no chão aos
olhos silenciosos do fotógrafo. Alguma coisa naquela cena, porém, incomodava os
bons costumes da época. Mas o que as mentes adultas poderiam considerar, mais
que um atentado ao pudor, um ato de pedofilia, para a pequena Alice, era apenas
o encontro com a mais pura poesia.
*Melanie Benjamin, a autora do livro, se
interessou pela história de Alice Liddell quando viu a foto acima em uma
exposição em Chicago (Sonhando em Imagens: A Fotografia de Lewis
Carroll). Achou a coleção
de retratos pertubadora, pois consistia de imagens de meninas em pose bastante
provocantes. A fotografia de Alice deixou-a desconfortável pela vestimenta
escassa, exibindo muito de seu corpo e olhos brilhantes, sagazes, conhecedores
do mundo, quase desafiadores. Olhos de mulher.
Resolveu escrever sobre as aventuras de
Alice depois que deixou o País das Maravilhas. Não é uma biografia, e sim um
livro de ficção, baseado em fatos da vida de Alice. A sua infância foi em parte
documentada, com exceção da correspondência trocada entre ela e Dodgson, que
foi totalmente destruída pela mãe de Alice quando ocorreu o rompimento entre as
famílias (ninguém sabe o motivo). Depois da morte de Dodgson, sua família
cortou as páginas do seu diário que correspondiam a esse período. Nem Alice nem
sua família jamais voltaram a falar publicamente a respeito de Dodgson, a não
ser muito mais tarde, perto do final de sua vida, quando ela se viu forçada a
vender o manuscrito original de Alice, para salvar a casa que amava.
Bruna
Chagas - acadêmica de Jornalismo FMF e Conselheira da Câmara Amazonense
do Livro e Leitura, é Editora-Chefe da Revista Identidade – acadêmica e
cultural na UFAM (Letras UFAM) e participa de diversos projetos culturais,
promovendo o livro e a leitura.
*Retirado
do blog: http://queromoraremumalivraria.blogspot.com
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