Logo após se casar, Violeta Branca foi para o Rio de Janeiro e a partir daí passou mais de 40 anos sem uma nova publicação. Nos anos 80, publicou seu segundo livro – Reencontros, que não apresentou nenhuma novidade literária e segundo Tenório Telles, na apresentação de Ritmos de Inquieta Alegria: “O livro é a afirmação de uma forte sensibilidade poética que não se realizou plenamente; a retomada de um diálogo interrompido”.
Embora tenha ficado afastada do meio cultural por um longo tempo, nossa poeta abriu caminhos para a inserção da mulher no meio literário. Se ainda estivesse viva, Violeta Branca completaria em setembro de 2011, 96 anos.
Segue abaixo o poema Volúpia do livro Ritmos de inquieta alegria:
O beijo que deste no meu pulso
cobriu de angústia
a forma imaterial dos meus sentidos.
Não percebeste o latejar das veias
ao contato de teus lábios,
e nem adivinhaste
que foi o prazer que me fez silenciar…
Teu beijo teve a agudez
de um estilete inutilizando o meu pudor.
Não viste o sangue
que afluiu à minha boca?
Foi a volúpia falando
Na eloqüência da cor.