quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Roteiro Literário: a arte de escrever amazônida que encanta o mundo - parte II

Que o Amazonas é um berço de talentos para literatura, todo mundo já sabe e dando continuação ao Roteiro Literário aqui no blog, segue um pouco sobre vida e obra de mais quatro lendários escritores amazonenses. 

4. Violeta Branca

A primeira mulher a ingressar numa Academia Brasileira de Letras em 1937, Violeta Branca nasceu em Manaus em 15 de setembro de 1915 e faleceu em 7 de outubro de 2000.
Quando Violeta publicou seu primeiro livro Ritmos de inquieta alegria, em 1935, tinha apenas 19 anos e não imaginava o quanto surpreenderia a crítica pela ousadia, pelo lirismo e pelas características modernistas agregadas a um espírito de inquieta juventude em seus poemas.
Logo após se casar, Violeta Branca foi para o Rio de Janeiro e a partir daí passou mais de 40 anos sem uma nova publicação. Nos anos 80, publicou seu segundo livro – Reencontros, que não apresentou nenhuma novidade literária.
Embora tenha ficado afastada do meio cultural por um longo tempo, nossa poeta abriu caminhos para a inserção da mulher no meio literário.

5. Márcio Souza


Márcio Gonçalves Bentes de Souza nasceu em Manaus, no dia 4 de março 1946. É autor de mais de trinta obras inseridas no ambiente sociocultural da Amazônia, tais como Mad Maria, Galvez, Imperador do Acre, Zona Franca, meu amor, Silvino Santos: o cineasta do ciclo da borracha, entre outras.
Destaca-se também como cineasta, ensaísta e dramaturgo. Seu primeiro romance, Galvez, Imperador do Acre foi um enorme sucesso de crítica e de vendas, logo se tornando um fenômeno internacional. Permaneceu durante meses na lista dos mais vendidos, tendo-se tornado unanimidade até na crítica.
Os livros desse romancista incorporam o lado teórico do cientista social, da antropologia e estão fundamentados em detalhadas pesquisas históricas. Publicou também em folhetins, no jornal Folha de S. Paulo, o romance A Resistível Ascensão do Boto Tucuxi, entre 1981 e 1982.
Algumas de suas obras já se tornaram minisséries de televisão, como Mad Maria e Galvez (com o nome Amazônia).  O autor sempre participa de eventos literários e como está à frente do Teatro Experimental do SESC em Manaus, é possível vê-lo por lá.

6. Milton Hatoum

Milton Hatoum nasceu em Manaus, no dia 19 de agosto de 1952. É escritor, tradutor e professor. Hatoum é considerado um dos grandes escritores vivos do Brasil e um dos mais lidos no exterior atualmente.
 Escreveu quatro romances: Relato de um Certo Oriente, Dois Irmãos, Cinzas do Norte (esse último vencedor do Prêmio Portugal Telecom de Literatura e todos os três primeiros ganhadores do Prêmio Jabuti de melhor romance) e Órfãos do Eldorado. Seus livros já venderam mais de 200 mil exemplares no Brasil e foram traduzidos em oito países, como a Itália, os Estados Unidos, a França e a Espanha.
Hatoum costuma abordar em suas obras falar de lares desestruturados com uma leve tendência política. Em suas duas últimas obras, Dois Irmãos e Cinzas do Norte, Milton Hatoum fez uma sutil crítica ao regime militar brasileiro.
O autor não mora em Manaus, mas quando é convidado, sempre marca presença nos eventos literários da capital. Seus livros podem ser encotrados em qualquer livraria da cidade e até mesmo do mundo.

 7. Tenório Telles


Tenório Telles nasceu no dia 2 de setembro de 1963, às margens do rio Purus, numa localidade chamada São Tomé. É licenciado em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Amazonas, onde também se bacharelou em Direito. Porém, foi sua paixão pela literatura que o fez trilhar os caminhos da poesia, da dramaturgia, da crítica literária, do magistério e do trabalho de “semeador de livros”.
Primeiros fragmentos, sua primeira obra, de produção independente, foi publicado em 1988.  Em seus versos iniciais já se esboçava seu comprometimento social em questionar a realidade da condição humana num meio que oprime o ser humano e o afasta de suas raízes e de seus sonhos.
Tenório Telles resume toda uma nova geração de poetas amazonenses que influenciaram e influenciam cada vez mais jovens leitores. Por muito tempo, foi possível ter acesso ao autor, mas infelizmente, ele já não mora mais em Manaus, mas deixou semeado na capital o amor pelos livros, pela leitura e pela literatura. Suas obras e feitos podem ser conferidos na Livraria Valer, onde foi editor por cerca de quinze anos.

Em breve, mais um roteiro literário. 

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