Em 2011, uma onda de
protestos se espalhou pelo Oriente Médio e norte da África, que derrubou quatro
ditadores em um ano e matou milhares de pessoas. Esse ato histórico está sendo
chamado de Primavera Árabe.
O início dessa revolta se
deu com uma ação desesperada de um jovem tunisiano, desempregado, que ateou fogo ao próprio corpo como manifestação contra as condições de
vida no país. Depois disso, protestos se espalharam pela Tunísia,
Egito, Líbia, Iêmen e na Síria que ainda está em andamento.
Como vários outros países do
oriente médio, a Síria sofria com retrações econômicas e altos índices de
desemprego. A situação socioeconômica,
como a deterioração do padrão de vida e a redução do apoio do governo aos pobres aumentaram o
descontentamento da população.
No momento da revolta, a
Síria estava sob estado de emergência e desde a década de 60, sob estado de exceção, o que dava às forças de
segurança a autoridade de prender qualquer um que quisessem sem declarar um
motivo. Todos os partidos políticos foram banidos da Síria, fazendo do
partido do governo o único a concorrer nas eleições.
Movimentos liderados, na
maioria das vezes, pela Irmandade Muçulmana, foram reprimidos pelo governo que
não aceitava qualquer manifestação de oposição. Durante anos, distúrbios civis
foram fortemente reprimidos, causando centenas de mortes, como no massacre de Hama, em fevereiro de 2012, no qual as Forças Armadas da
Síria bombardearam uma Irmandade Mulçumana.
Soldados desertores e civis
armados da oposição formaram o chamado Exército Livre Sírio para
iniciar uma luta convencional contra o Estado. A oposição finalmente se uniu em
uma única organização representativa formando o chamado Conselho Nacional Sírio.
Em resposta aos protestos, o
governo sírio enviou suas tropas para as cidades
revoltosas com o objetivo de encerrar a rebelião. O resultado da repressão e
dos enfrentamentos com os opositores acabou sendo de centenas de mortes, a
grande maioria de civis.
Os combates continuam
se intensificando cada vez mais, assim como as incursões das tropas do governo
em áreas controladas por opositores. Segundo o presidente do Comitê
Internacional da Cruz Vermelha, Jakob Kellenberger, face à violência dos
combates em algumas zonas da Síria, já é possível classificá-los como uma
guerra civil localizada.
Ainda de
acordo com ele, a situação pode ser de conflito interno armado em certas áreas,
um exemplo foi o confronto em Baba Amr, em Homs, em fevereiro de 2012, que
matou cerca de cinco mil pessoas nos bombardeios da ofensiva do governo, sendo
a maioria delas civis.
A oposição
síria, a ONU, direitos humanos e governos ocidentais denunciaram que Bashar
al-Assad, desrespeitou o plano de paz que ele próprio havia aceitado semanas
antes e desobedeceu o cessar-fogo, ao retomar os ataques à áreas controladas
pela oposição, em abril de 2012, no prazo estabelecido pela ONU. E assim essa primavera ainda não
está próxima do fim, pois a batalha continua e milhares de pessoas continuam a
morrer nesse fogo-cruzado.
*Texto produzido para disciplina de Jornalismo Especializado: Interpretativo,
*Texto produzido para disciplina de Jornalismo Especializado: Interpretativo,
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