Chegadas e Partidas | Outubro de 2012
Pinoteau era muito conhecido pelo suspense e film noir, com estética em preto-e-branco e personagens num mundo miserável. Seu último trabalho foi um documentário para a televisão dirigido em 2005, intitulado“Un abbé nommé Pierre, une vie pour les autres”.
O cineasta ainda exibiu, em 1971, a entrevista que realizou com o ex-presidente Juan Domingo Perón, registrada nos documentários “Perón, La Revolución Justicialista” e “Péron: Actualización Política y Doctrinaria para La Toma del Poder“. Muitas vezes ameaçado de morte,Getino acabou se exilando em lugares como Peru, México e Espanha. Dentre outras realizações, publicou várias obras, inclusive ganhando um prêmio em 1963, pelo livro de contos “Chulleca”.
Mantendo o foco nos atores, há também a atriz Sammi Kane Kraft, de 20 anos, morta em um acidente de carro em Los Angeles. A jovem havia participado da comédia “Sujou…Chegaram os Bears”, de 2005, e ainda não tinha uma carreira expressiva no cinema.
Entretanto, a perda mais chocante do mês fica a cargo da pérola cinematográfica do erotismo, Sylvia Kristel, atriz que se eternizou no clássico erótico “Emmanuelle” (1974). Devido a um câncer, Kristel faleceu aos 60 anos, em Amsterdã. A holandesa se tornou um ícone da liberação sexual na década de 70, quando protagonizou uma jovem casada que vivia um relacionamento aberto com marido e expressava sua ardente sexualidade, experimentalismos e sexo livre em lugares exóticos com seus inúmeros amantes. O filme foi baseado no romance autobiográfico da francesa Marayat Bibich, sob direção de Just Jaeckin, e surpreendeu tanto que em países como França e Japão permaneceu em cartaz por mais de uma década.
Além das sequências de “Emmanuelle“, Kristel atuou em cerca de 50 filmes, a maioria com conteúdo erótico, trabalhando com o diretor Alain Robbe-Grillet em “Jogo de Fogo“, de 1975, também conhecido pelo teor sexual em suas obras. Na filmografia de Kristel, é possível ainda destacar um outro longa belíssimo: “O Amante de Lady Chatterley” (1981). A adaptação da obra-prima de D.H. Lawrence contou com Sylvia no papel de esposa solitária de um rico aristocrata que ficou paraplégico, permitindo que ela tenha um amante que satisfaça todas as suas necessidades e fantasias.
O câncer da atriz, que enfrentou problemas com drogas, foi diagnosticado em 2003. Ela foi casada com o escritor Hugo Claus e teve um filho. Sylvia Kristel lançou em 2006 uma autobiografia, intitulada “Nua”, na qual fala sobre todos esses anos felizes e conturbados de sua vida.
A propósito, novato na categoria, Chbosky escolheu mostrar os problemas dos adolescentes baseado no seu próprio livro, que leva o mesmo título, alterando passagens de forma a intensificar e adaptar corretamente a obra para o formato audiovisual. O cineasta conseguiu transformar um assunto batido, com dramas vividos na fase mais perturbadora da vida de muita gente, seguindo um caminho distinto, abordando temas complicados sem ser superficial e escolhendo um elenco que está conquistando seu espaço. No filme, o trio composto por Logan Lerman, de “Os Três Mosqueteiros” (2011), Ezra Miller, de“Precisamos Falar Sobre Kevin” (2011), e Emma Watson, a bruxinha Herminone da saga “Harry Potter”, pode ser visto interpretando papéis mais densos do que normalmente se veria numa produção tipicamente adolescente e americana. Chbosky surpreendeu a crítica com o seu extremo bom gosto e qualidade, tanto na produção e roteiro, quanto na direção.
Assim, como em qualquer arte, o cinema tem dessas coisas: aqueles que impressionam logo na primeira aparição e outros que às vezes precisam apenas de mais uma oportunidade…quem sabe? Até o próximo mês, com mais chegadas em obras cinematográficas e (menos) partidas na sétima arte.
TEXTO PRODUZIDO PARA CINESPLENDOR EM 2012
TEXTO PRODUZIDO PARA CINESPLENDOR EM 2012
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