sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Chegadas e Partidas | Novembro de 2012


Chegadas e Partidas | Novembro de 2012

Novem (nove em latim) é o número de personalidades do cinema que serão abordadas neste “Chegadas e Partidas”, que deu origem também ao nome do mês da vez. O décimo primeiro mês deste ano no calendário gregoriano, ou seja, novembro, não foi muito bom para os estreantes na sétima arte. Já em relação a perdas, pelo menos duas delas foram verdadeiramente relevantes e significativas.
Uma história que já está um tanto comum nas telas do cinema, acaba de revelar uma promessa para a classe de novos atores. A garota que muda completamente seu comportamento após encontrar uma caixa misteriosa e que transforma a vida de seus pais um inferno é Natasha Calis, de apenas 13 anos. No longa “Possessão” (2012), ela interpreta a possuída Emily Brenek e, como estreante nas telonas, mostra o quanto é corajosa ao aceitar um papel como esse, cheio de mistérios e muito terror em Hollywood. Natasha Calis surpreende em cada cena, o que provavelmente fará com que, em breve, seja possível vê-la sem um espírito maligno em seu corpo.
Claude Baz Moussawbaa (esquerda) e Natasha Calis (direita)
O divertidíssimo e não menos dramático filme “E agora, aonde vamos?” (2012), da aclamada diretora libanesa Nadine Labaki, traz a bela atriz Claude Baz Moussawbaa interpretando uma das viúvas que transcendem a visão religiosa da sociedade libanesa, castigada pela guerra. Com ousadia e determinação essas mulheres agem de forma um tanto cômica, quebrando a imagem da realidade naquele lugar – eClaude Baz faz jus a sua primeira protagonista!
Chris Terrio (esquerda) e Joshuah Bearman (direita)
Na categoria roteirista, Chris Terrio e Joshuah Bearman ganham espaço e visibilidade ao assinarem o roteiro de “Argo” (2012), terceiro filme dirigido por Ben Affleck. O jovem nova-iorquino Terrio é também diretor de cinema, embora não muito conhecido, tendo entre trabalhos anteriores o longa “Por Conta do Destino”, de 2005. Já Bearman é jornalista e escreveu para inúmeras revistas, dentre elas a “Rolling Stone”, na qual trabalha atualmente. Por sinal, vale mencionar que o roteiro deste filme foi adaptado de um artigo deJoshuah sobre uma missão da CIA no Irã.
Marcos PauloMas acabam-se as novidades e é chegado o momento das despedidas. Como não poderia deixar de ser, vamos aos nomes que marcaram a história do cinema e deixaram a arte em luto neste mês. O primeiro deles, para o Brasil talvez um dos cineastas mais ativos do momento, foi o paulistanoMarcos Paulo, aos 61 anos. Marcos faleceu no dia 12, de embolia pulmonar. Ele voltava de uma participação no aclamado Amazonas Film Festival, no qual havia sido premiado.
O cineasta começou a carreira aos cinco anos e logo se enveredou para o campo de ator, que prevaleceu durante a vida toda, sendo sempre lembrado como um dos maiores galãs das telenovelas. Em 1977, morou em Nova York, onde fez um curso de direção, e no ano seguinte, estreou como frontman na novela “Dancin Days”. Posteriormente, assinou a direção de inúmeras novelas, seriados e era responsável por um dos núcleos de programas da TV Globo. Em 2011, Marcos Paulo estreou como diretor de cinema no filme que dividiu bastante a crítica, “Assalto ao Banco Central”. Em uma entrevista na época do lançamento, comentou: “É sempre uma situação de frio na barriga, uma certa insegurança”. O diretor tinha planos de gravar um documentário sobre o deserto do Jalapão e já trabalhava na produção do que seria seu segundo longa como diretor, um filme policial, chamado “Sequestrados”.
José Luis Borau
Outra perda lamentável foi a do diretor e roteirista José Luis Borau, de 83 anos. Ex-presidente da Academia Espanhola de Cinema e da Sociedade Geral de Autores e Escritores da Espanha (SGAE), após uma longa luta contra um câncer na garganta, faleceu no dia 23, em Madri. José Luis Borau dirigiu clássicos do cinema espanhol como “Tata Mia” (1986), “Furtivos” (1975) e “Hay que matar a B.” (1975). Também deixou sua marca como produtor e roteirista em longas espanhóis como “Un, dos, tres al escondite inglés” (1970), de Iván Zulueta“Mi querida señorita” (1972), de Jaime de Armiñán; “Camada negra”(1977), de Manuel Gutiérrez Aragón; e “El mono sabio”, de Ray Rivas. Foi ainda distribuidor de filmes, escritor, historiador e professor.
Fernando Casanova
O ator mexicano Fernando Casanova foi outro a falecer, aos 87 anos, devido a um câncer no pulmão. Considerado ícone da era de ouro do cinema mexicano, participou de mais de 170 filmes. Fernando Gutiérrez, seu verdadeiro nome, fez sua estreia em “La vida íntima de Marco Antonio y Cleopatra”, de Marco Antonio, em 1946. Seu último papel foi em “La estampa del escorpión”, de 2007.
Também nos abandonou o eterno Major Nelson da série “Jeannie é um Gênio”, produzida entre 1965 e 1970. Seu intérprete, o ator americano Larry Hagman, faleceu aos 81 anos, no dia 24, em decorrência de um câncer na garganta. Outro papel de destaque em sua carreira foi o vilão J. R. Ewing, na série “Dallas 2.0″, produzida pela TNT. No cinema participou apenas de um filme, “O Barco do Desespero” (1964), no qual contracenou com um então desconhecido e jovem Jack Nicholson.
Larry Hagman
Lucille Bliss
A última partida desse mês foi da atriz responsável por dar voz aSmurfette na série de animação “The Smurphs” dos anos 80. Lucille Bliss faleceu no dia 8, aos 96 anos, de causas naturais. Sua estreia no cinema foi como Anastasia, na animação da Disney “Cinderela“, de 1950. Nos anos 60, dublou Elroy em “Os Jetsons”, e em 2005 fez uma participação no filme de animação “Robôs”. A atriz não teve filhos e nem se casou.
Como diriam os Smurfs: “Esperança, coragem e principalmente amor, é o que faz de você um vencedor”. No cinema também funciona assim, alguns possuem uma dessas características e são lembrados para sempre na história da sétima arte, outros passam como certas nuvens, sem deixar sinal.


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