domingo, 25 de novembro de 2012

Síndrome da Era de Ouro


Como seria bom viver na época dos grandes clássicos do cinema, quando ainda se produzia filmes em preto e branco e os atores eram artistas por excelência; a música, a história, os diálogos, tudo era uma verdadeira Obra-de-arte. Não é difícil imaginar o quanto isso faz falta na vida de uma garota que adora o passado e praticamente o revive quase todos os dias desde os 12 anos.

Cinema é viver no passado e pensar no futuro. Chaplin, Leigh, Gable, Barbra, Audrey, Bogart, Ferrer, Peck, Bergman, Astaire, Allen e tantos outros são o meu vínculo com a sétima arte. Posso dizer que os filmes que assisti desses artistas, me trouxeram uma nova visão de mundo, pois foi preciso senti-los e não apenas observá-los. Neles há uma necessidade incontrolável de vivenciar aquela realidade ou mesmo apenas uma cena, que muitas vezes é mais parecida com a vida do que se imagina.

Acima de qualquer outro, preciso citar três obras-primas as quais sempre me emocionam bastante.  E o vento levou é a primeira delas, considerado o clássico de todos os tempos, lembra a história da minha família, cuja heroína, ou melhor, anti-heroína, Scarlett O’Hara é praticamente a minha avó. O segundo é Funny Girl, da Barbra Streisand, com belas canções, que me remetem aos grandes musicais da Broadway e diálogos dramáticos que tanto me fascinam e por último, Bonequinha de Luxo, com Audrey Hepburn, no qual há toda uma sutileza na trama, mostrando a fuga da realidade da protagonista.

Mesmo os clássicos regendo essa vida que vos fala, não devo me esquecer dos demais, nem tão antigos e nem tão recentes, como os filmes dirigidos pelo Tim Burton, Peter Jackson, Scorsese, Ang Lee, além dos roteiros do Charlie Kaufman. Lembrando também das inesquecíveis aventuras e batalhas que marcaram a minha infância como: De volta para futuro, Karatê Kid e Guerra nas Estrelas, este último até me rendeu um prêmio de melhor Crônica em Jornalismo Opinativo, no Intercom em 2012.

Além disso, outra coisa me encanta e conecta a essa arte: a transposição da Literatura para as telonas, como por exemplo, os filmes baseados nas obras da escritora inglesa Jane Austen (represento a JASBRA - Jane Austen Sociedade do Brasil no Amazonas), Shakespeare, Oscar Wilde, Machado de Assis, entre outros.

Para se classificar um filme, nem sempre é necessário ser um profundo conhecedor do audiovisual, mas cursei duas disciplinas de Cinema e Literatura Francesa, nas quais aprendi o essencial sobre esses filmes. No meu blog “Primeiras Impressões”, onde escrevo sobre tudo, desde Literatura até pensamentos do dia-a-dia, tem uma resenha do filme “O ano passado em Marienbad”, clássico de Resnais e roteiro de Allan Robbe-Grillet que exemplifica muito bem a minha relação com os clássicos franceses.
A questão nostálgica de querer viver num tempo, que não é o seu, realmente é o que mais me seduz no cinema. Essa contemplação dos filmes na minha vida funciona de uma forma simples, dinâmica e ao mesmo tempo genial, repleta de romances, aventuras e literalmente, clássicos. É quase inexplicável a magia que tenho com eles: Faz parte de mim, do que eu sou e do que eu quero.

*Esse texto foi produzido para meu ingresso num site de cinema, espero que gostem.

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