sábado, 15 de outubro de 2011

É possível?


É possível estar feliz e não parar de sonhar?
Imagine que todas coisas no mundo estão a sua espera. 
Que tudo ao seu redor é para você.
Nada está perdido. Tudo está no lugar.

É egoísmo pensar, agir e sentir assim?
Todo ser humano é propenso a falhas. Mas dessa vez não.
Quero mais, muito mais, sempre mais.
Paz no mundo, sem fome, nem miséria. Sem bandido, nem político.

A Terra seria mais limpa dessa forma. Acredite
Imagine que tudo ao seu redor é um deserto.
Uma turbulência, um terremoto e uma ação
Traz reviravolta. Mas no fim, gera vitória.


*Mal jeito, sem jeito, meio torto de fazer poema...perdoa Mário, Drummond, Astrid, Tenório, Bacellar, Alencar e Quintana. Esta sou eu, brincando com as palavras.





terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Teatro Amazonas na Belle Époque


A cidade de Manaus viveu um grande período de riquezas, ostentações e contrastes no final do século XIX e início do século XX conhecido como a Belle Époque ou Ciclo da Borracha, e que segundo Márcio Souza o Amazonas nunca esteve tão alienado quanto durante este ciclo.
O apogeu da borracha corresponde a mudanças no que diz respeito não só a estrutura física em Manaus, mas também a mudanças sócio-culturais. Os barões da borracha queriam que a capital fosse mais europeia, tanto que nesse mesmo período Manaus ficou conhecida como a Paris das Selvas/Paris dos Trópicos, devido às modernidades que havia como, por exemplo, o bondinho que a população no sudeste do país ainda não tinha acesso.
A burguesia local ainda queria ser refinada e civilizadamente européia, para tanto, foi construído/concluído um monumento arquitetônico e cultural que acabou sendo o símbolo de todo o poder de uma sociedade dominada pela economia da borracha, o Teatro Amazonas, inaugurado em 1896 no auge dessa alienação.

Teatro Amazonas início do século XX
O Teatro Amazonas foi concluído com a simples intenção de satisfazer o ego de um Governo sem preocupação ou sem a intenção de ajudar o povo que vivia à margem de todo esse momento de ostentações. E ao invés de ser um local para celebrar a arte, acabava sendo mais um palco político.
Sobre a arquitetura do Teatro, o Governo preferiu artistas estrangeiros como para a decoração do Salão Nobre que foi executado pelo italiano Domenico de Angelis. O único brasileiro a dar uma pincelada foi Crispim do Amaral, artista plástico conceituado por ter tido aulas em academias europeias, sendo ele o artista que pintou o Pano de Boca do Teatro.
As óperas produzidas e dirigidas naquela época ressoavam e refletiam a verdadeira essência da época, eram exageradas e insípidas. “Na veneração ao teatro como arquitetura, os barões de látex reuniram em seus palcos os próprios sonhos de refinamento, cultura e certeza de permanência. Ironicamente, nada restou, a não ser a arquitetura” (SOUZA, p. 229).
A insensata Belle Époque foi apenas para deleite de poucos, pois enquanto a elite enriquecia rápido, a maioria da população passava fome, adquiria doenças, sofria e morria na luta pela sobrevivência, tanto na floresta, onde os seringueiros extraiam o leite da seringueira e trabalhavam como escravos em condições subumanas, quanto os cidadãos que habitavam a capital e eram ignorados.

Brasil Escola - Sobre o Ciclo da Borracha
Em geral a construção de um espaço adequado para receber espetáculos tornava-se necessariamente indispensável num grande momento histórico no qual a cidade rapidamente enriquecia e se desenvolvia, mas que infelizmente estava em mãos erradas que utilizaram de ostentação para camuflar toda a miséria, a injustiça e a fome que assombrava e matava a população.