domingo, 23 de setembro de 2012

Em delay

Agora à noite, depois de um domingo cheio de aventura e divertidíssimo, ao lado das minhas duas melhores amigas do mundo(desbravamos as Cachoeiras de PRESIDENTE FIGUEIREDO...), estava cá com meus botões, pensando em colocar apenas uma frase que definisse bem como deveria ser a minha semana e simplesmente, do nada, acessando o facebook, vejo na página inicial uma citação belíssima no mural de uma amiga muito querida Alice Regina, que tive a satisfação de conhecer em uma viagem num determinado congresso de Comunicação...heheheh. Obrigada, lindona, pois você conseguiu me dar sem querer, o que eu queria ouvir, ou melhor, ler para encerrar meu dia maravilhoso...

"Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira" Dona Cecília...



sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Uma música surpreendente

Nossa, não espera que uma música super pop fosse me emocionar de uma maneira que eu seria capaz de escrever sobre a mesma, neste humilde blog. Vai parecer bobagem quando disser, mas é sério. A canção se chama Everytime e é da Britney Spears...Para quem leu e torceu o narizinho, pode ir deixando o preconceito de lado, pois a canção é realmente bonita e na versão do Glee ficou encantadora, o som do piano e a voz da nova protagonista, a melodia, tudo ajudou. Não sei se foi por motivos pessoais ou o momento que me deixou bastante interessada em falar a respeito.Há uma poesia, um drama e claro, um desabafo, não apenas para quem tem um relacionamento, mas para quem espera um amor assim.  Mas chega de blá, blá, blá, vamos a música e tirem suas próprias conclusões. Ao final da tradução, há o vídeo. Não deixem de conferir.

Toda Vez

Me note
E pegue minha mão
Porque nós somos como
Estranhos quando
O nosso amor é tão forte?
Porque continuar sem mim?

Toda vez que eu tento voar
Eu caio sem as minhas asas
Eu me sinto tão pequena
Acho que preciso de você, amor
E toda vez eu te vejo nos meus sonhos
Eu vejo o seu rosto
Você está me assombrando
Eu acho que preciso de você, baby

Eu me faço acreditar
Que você está aqui
É a única maneira
Que eu vejo
O que foi que eu fiz?
Você parece ter superado fácil

Toda vez que eu tento voar
Eu caio sem as minhas asas
Eu me sinto tão pequena
Acho que preciso de você,amor
E toda vez eu te vejo nos meus sonhos
Eu vejo o seu rosto
Você está me assombrando
Eu acho que preciso de você, baby

Eu só posso ter feito chover
Por favor, me perdoe
Minha fraqueza te fez sofrer
E essa música são as minhas desculpas

Ohhhh

De noite eu rezo
Para que em breve seu rosto
Desapareça

Toda vez que eu tento voar
Eu caio sem as minhas asas
Eu me sinto tão pequena
Acho que preciso de você, amor
E toda vez eu te vejo nos meus sonhos
Eu vejo o seu rosto
Você está me assombrando
Eu acho que preciso de você, baby











quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Roteiro Literário: a arte de escrever amazônida que encanta o mundo - parte II

Que o Amazonas é um berço de talentos para literatura, todo mundo já sabe e dando continuação ao Roteiro Literário aqui no blog, segue um pouco sobre vida e obra de mais quatro lendários escritores amazonenses. 

4. Violeta Branca

A primeira mulher a ingressar numa Academia Brasileira de Letras em 1937, Violeta Branca nasceu em Manaus em 15 de setembro de 1915 e faleceu em 7 de outubro de 2000.
Quando Violeta publicou seu primeiro livro Ritmos de inquieta alegria, em 1935, tinha apenas 19 anos e não imaginava o quanto surpreenderia a crítica pela ousadia, pelo lirismo e pelas características modernistas agregadas a um espírito de inquieta juventude em seus poemas.
Logo após se casar, Violeta Branca foi para o Rio de Janeiro e a partir daí passou mais de 40 anos sem uma nova publicação. Nos anos 80, publicou seu segundo livro – Reencontros, que não apresentou nenhuma novidade literária.
Embora tenha ficado afastada do meio cultural por um longo tempo, nossa poeta abriu caminhos para a inserção da mulher no meio literário.

5. Márcio Souza


Márcio Gonçalves Bentes de Souza nasceu em Manaus, no dia 4 de março 1946. É autor de mais de trinta obras inseridas no ambiente sociocultural da Amazônia, tais como Mad Maria, Galvez, Imperador do Acre, Zona Franca, meu amor, Silvino Santos: o cineasta do ciclo da borracha, entre outras.
Destaca-se também como cineasta, ensaísta e dramaturgo. Seu primeiro romance, Galvez, Imperador do Acre foi um enorme sucesso de crítica e de vendas, logo se tornando um fenômeno internacional. Permaneceu durante meses na lista dos mais vendidos, tendo-se tornado unanimidade até na crítica.
Os livros desse romancista incorporam o lado teórico do cientista social, da antropologia e estão fundamentados em detalhadas pesquisas históricas. Publicou também em folhetins, no jornal Folha de S. Paulo, o romance A Resistível Ascensão do Boto Tucuxi, entre 1981 e 1982.
Algumas de suas obras já se tornaram minisséries de televisão, como Mad Maria e Galvez (com o nome Amazônia).  O autor sempre participa de eventos literários e como está à frente do Teatro Experimental do SESC em Manaus, é possível vê-lo por lá.

6. Milton Hatoum

Milton Hatoum nasceu em Manaus, no dia 19 de agosto de 1952. É escritor, tradutor e professor. Hatoum é considerado um dos grandes escritores vivos do Brasil e um dos mais lidos no exterior atualmente.
 Escreveu quatro romances: Relato de um Certo Oriente, Dois Irmãos, Cinzas do Norte (esse último vencedor do Prêmio Portugal Telecom de Literatura e todos os três primeiros ganhadores do Prêmio Jabuti de melhor romance) e Órfãos do Eldorado. Seus livros já venderam mais de 200 mil exemplares no Brasil e foram traduzidos em oito países, como a Itália, os Estados Unidos, a França e a Espanha.
Hatoum costuma abordar em suas obras falar de lares desestruturados com uma leve tendência política. Em suas duas últimas obras, Dois Irmãos e Cinzas do Norte, Milton Hatoum fez uma sutil crítica ao regime militar brasileiro.
O autor não mora em Manaus, mas quando é convidado, sempre marca presença nos eventos literários da capital. Seus livros podem ser encotrados em qualquer livraria da cidade e até mesmo do mundo.

 7. Tenório Telles


Tenório Telles nasceu no dia 2 de setembro de 1963, às margens do rio Purus, numa localidade chamada São Tomé. É licenciado em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Amazonas, onde também se bacharelou em Direito. Porém, foi sua paixão pela literatura que o fez trilhar os caminhos da poesia, da dramaturgia, da crítica literária, do magistério e do trabalho de “semeador de livros”.
Primeiros fragmentos, sua primeira obra, de produção independente, foi publicado em 1988.  Em seus versos iniciais já se esboçava seu comprometimento social em questionar a realidade da condição humana num meio que oprime o ser humano e o afasta de suas raízes e de seus sonhos.
Tenório Telles resume toda uma nova geração de poetas amazonenses que influenciaram e influenciam cada vez mais jovens leitores. Por muito tempo, foi possível ter acesso ao autor, mas infelizmente, ele já não mora mais em Manaus, mas deixou semeado na capital o amor pelos livros, pela leitura e pela literatura. Suas obras e feitos podem ser conferidos na Livraria Valer, onde foi editor por cerca de quinze anos.

Em breve, mais um roteiro literário. 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O Ano Passado em Marienbad (L'année dernière à Marienbad)

Que incrível! Estava organizando alguns documentos antigos e vejam só o que encontrei...algumas resenhas que escrevi em 2009, quando cursava Literatura e Cinema Francês II e hoje vou postar uma delas, a do filme O Ano Passado em Marienbad. Espero que gostem.



Um filme de Alain Resnais de 1961, com roteiro de Allan Robbe-Grillet, trata da ruptura da memória provocada pela morte. Num luxuoso e enorme palácio, transformado em hotel, entre corredores, salões decorados e estátuas, um estranho tenta convencer uma mulher casada a fugirem juntos. Ele diz conhecê-la. Diz que foram amantes. Entretanto, parece difícil fazê-la lembrar de que tiveram um relacionamento (ou que não tiveram) no ano passado, em Marienbad.
Seria muito simples se a narração obedecesse à seqüência dos fatos, uma ordem cronológica e houvesse nomes de personagens, mas este filme absolutamente maravilhoso em todos os detalhes revolucionou a linguagem cinematográfica e criou as bases para uma nova Sétima Arte, gerando soluções e recursos mais tarde aproveitados por todos os grandes cineastas como Stanley Kumbrick, Roman Polanski e o mais recente Joe Whight (Orgulho e Preconceito).
A ruptura da memória é provocada pelo assassinato do marido traído que atinge a mulher que se apaixona por outro. Ela é eliminada exatamente quando decide fugir com o amante, depois de voltar atrás de uma decisão: tinha proposto ficar um ano longe dele, uma espécie de teste, para ver se o caso era para valer, se o amante estava realmente apaixonado dela. Mas foi convencida a fazer as malas e deixar o marido, que praticava tiro e não permitiu a desonra. 

Marienbad é narrado pelo amante que tenta lembrar a mulher do acordo que fez um ano antes, o de ficar um ano separados para que as coisas se resolvessem. Ela, fantasma, que vaga pelo cenário da sua morte, não lembra de nada e pede que o deixe em paz, mas ele a persegue e a atormenta com as lembranças, exigindo que reencontre aquele momento em que poderiam fugir juntos, talvez para que fosse possível a fuga inspirada pelo amor.

O hotel/castelo visto à noite no plano final, sem vegetação, só granito e pedra, é a representação de uma tumba. Lá está enterrada a mulher que ousou amar e fugir de um casamento estéril. E jaz uma elite que treina o tiro enquanto convive de maneira impassível, indiferente e criminosa, isolada do resto do mundo. A imagem em que todos aparecem imobilizados no jardim, totalmente fundada no pintor italiano De Chirico, expressa essa classe social morta.

A memória fragmentada, precária, escassa, rodeando um sentimento, uma promessa, as dúvidas, levam a vanguarda do pensamento e da criação para os mais altos níveis da expressão artística. Houve o desenlace, o crime, e a mulher vaga, morta, pelos corredores e quartos.


O deslumbre visual, a complexa trama, a qualidade poética do texto, as situações de conflito (como a do jogo em que o marido traído sempre ganha), a presença de personagens que não possuem fala, mas ocupam a tela com a força das histórias inesquecíveis, fazem de Marienbad um filme de mestre que deve ser visto e revisto sempre.


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Roteiro Literário: a arte de escrever amazônida que encanta o mundo - parte I

O Amazonas é um berço de talentos para literatura. Possui mais de oitenta escritores desde os tempos do Período Colonial. Passou por diversas fases, entre elas uma na qual existiu um grupo de poetas revolucionários, que mesmo anos depois da Semana de 22, permaneceu no imaginário das pessoas e é referência até hoje, o lendário Clube da Madrugada. Além disso, possui um dos poetas mais respeitados de todos os tempos e um dos brasileiros mais lidos no exterior dos últimos anos.
 Conheça os sete maiores nomes da literatura produzida no Amazonas, suas principais obras e contribuições para humanidade. Nesta edição você poderá conhecer este cenário literário da região e ainda saber os locais onde possa encontrar o seu autor e/ou obra favorita. Confiram:

1. Thiago de Mello
O maior expoente da literatura local é Amadeu Thiago de Mello, que nasceu em Barreirinha, no dia 30 de março de 1926 é um dos poetas brasileiros mais influentes e respeitados do país. Possui mais de quinze obras, sendo algumas traduzidas em mais de trinta idiomas e até mesmo Pablo Neruda já escreveu sobre o autor.
A obra mais conhecida dele é o Estatuto do Homem, publicada em 1977, que trata da natureza humana. Outro livro é Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida, escrito em 1975 que lhe rendeu um prêmio e o fez conhecido como intelectual que luta pelos direitos humanos.
Hoje, aos seus 86 anos, ainda com suas roupas brancas características, Thiago de Mello participa de grandes eventos literários no mundo e sempre é visto em Manaus, em Parintins ou mesmo na sua cidade natal, Barreirinha. Não é difícil encontrá-lo dando uma voltinha em livrarias da capital. 

2. Luiz Bacellar

Luiz Franco de Sá Bacellar  foi um dos poetas mais significativos da história da Literatura Amazonense ainda vivo, ele é um dos fundadores do lendário Clube da Madrugada. Nasceu em Manaus no dia 4 de setembro de 1928. 
Possui nove livros publicados. Suas obras possuem contrastes com elementos de forte análise existencial e erudito, ao mesmo tempo em que retrata temas da cultura popular, do folclore, em particular as vivências de sua infância no bairro dos Tocos, hoje Aparecida.
O livro Frauta de Barro já tem nove edições e é a sua obra mais conhecida que conquistou um dos prêmios mais importantes do país: Olavo Bilac, em 1959, conferido pela Prefeitura do antigo Distrito Federal (Rio de Janeiro), cuja comissão julgadora fizeram parte Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. 
Neste livro encontra-se toda a memória e sutileza do seu mundo infantil com um tom musical em seus versos e uma carga existencial. O poeta faleceu na última semana, em decorrência de um câncer no pulmão, aos 84 anos.
Leia mais: Vede, mortais! Hoje o Brasil perdeu um dos seus maiores poetas

3. Aníbal Beça

Aníbal Beça nasceu em 13 de setembro de 1946 em Manaus e faleceu em 25 de agosto de 2009. Era poeta, compositor, produtor cultural e jornalista. Desde muito cedo colaborou em suplementos literários e em publicações similares nacionais e internacionais.
Mário Quintana o influenciou para vertente da poesia quando o conheceu mais jovem. Beça recebeu elogios de Carlos Drummond de Andrade, em 1987, pelo livro Filhos da Várzea. Em 1994, com o livro Suíte para os Habitantes da Noite, sagrou-se vencedor, dentre mais de sete mil livros de todo o país, do 6º Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira - categoria poesia.
Escreveu em quase todos os jornais da capital e mesmo envolvido em várias artes, como teatro e artes plásticas, foi na música popular que ele se encontrou. No ano de 2007 completou 41 anos de atividade literária e 45 de atuação na música popular, tendo vencido inúmeros festivais de MPB por todo o Brasil.
Aníbal Beça foi imortal da Academia Amazonense de Letras e outra lenda da literatura produzida no Amazonas. É possível encontrar suas obras em diversas línguas. 

Em breve, publicarei mais um roteiro literário.


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ela muda todas as coisas

Criatura mui particular, ela torna tudo tão mais fácil quando está perto da gente. Mesmo séria, pois é, essa dama a qual me refiro é realmente séria quando o assunto são os filhotes dela, não brinca em serviço não, faz questão de mostrar e defender com unhas e dentes seus bambinos e é a única pessoa na face da Terra que quer ver você feliz.

Hoje, dia 12 de setembro, minha Mamusca, minha Mamy, Mamyly, Mon, ou qualquer outro nome que venha a chamá-la carinhosamente completa 45 anos e nada mais justo que expressar em alguns caracteres tudo o que geralmente não se expressa em público. É  a hora do grite ou coxixe...

Em público normalmente a gente fala mais ou menos assim: Mãeeeee, cadê minha blusa??? Mãeeeee, o almoço já tá pronto??? Mãeeeeee, posso sair hoje????Mãeee, músicas chatas, posso diminuir o volume????

Algumas mães comuns responderiam carinhosamente cada pergunta como se fosse a última, com vírgulas, pontos e beijinhos no final, a minha já não fazia antes, agora é apenas assim: ""Procura Bruna, acha Bruna, enxerga Bruna, se vira Bruna..."" Na hora isso me irrita profundamente, mas depois penso melhor e concordo com ela, pois dessa forma ela me faz crescer, pensar e realmente aprender a me virar sozinha...

Dona Marlúce Gonzaga, pai e mãe ao mesmo tempo,  põe em cheque tudo que quero ser na minha vida, tudo o que está impregnado em mim, tudo o que sou. Mostra a cada dia que o verdadeiro caminho não é só rosas e vinho tinto ou melhor, branco, mas o mais interessante é busca e a luta por um futuro melhor para mim. Por essas coisas simples do cotidiano como o exemplo que citei acima, ela se mostra verdadeiramente Mãe, sendo assim, é a minha vez de gritar e não coxixar o quanto a amo e a amarei .eternamente (apesar das nossas brigas diárias...rs).

Ela realmente muda todas as coisas. Muda a mim mesma, meu irmão e o meu mundo.

Feliz desaniversário!! Eu te amo!(grito)

Apenas reflexões noturnas...

Ouvi coisas ao meu respeito que nem eu sabia...Estar comigo mesma faz parte do amadurecimento...perdoar e seguir em frente também... Paz, serenidade e claridade...sim, claridade, depois de hoje, consigo enxergar com mais cautela certas pessoas, alguns sentimentos e até conhecer melhor quem realmente está do meu lado e gosta de mim[ou não]...Adorei!!! ♥ 

domingo, 9 de setembro de 2012

Vede, mortais! Hoje o Brasil perdeu um dos seus maiores poetas

A Literatura Amazonense está em luto. Na tarde deste domingo, dia 9 de setembro, faleceu o poeta e imortal(membro da Academia Amazonense de Letras), Luiz Bacellar, vítima de falência múltipla, decorrente de câncer no pulmão. 


Bacellar havia completado na última quarta-feira, 84 anos. Um dos maiores poetas do Amazonas foi um dos fundadores do lendário Clube da Madrugada, principal grupo literário amazonense, em 1954 e consagrou-se como escritor do haicai e da Amazônia.


Sua obra contempla elementos de forte componente erudito, influenciado por Fernando Pessoa e Frederico Garcia Lorca, com uma linguagem recheada de metáforas, que de primeiro momento podem parecer simples, por terem graça e ritmo ágil,  mas são carregadas de significados íntimos e fortes, além disso, também preservava o uso rígido da língua portuguesa, com um vocabulário tenso, tudo isso ao mesmo tempo em que retratava temas como a cultura popular e o folclore. Era realmente um poeta único.

Luiz Bacellar é autor de "Frauta de Barro", seu primeiro livro, com o qual venceu o Prêmio Olavo Bilac, da Prefeitura do Rio de Janeiro, em 1959. Outra obra é o livro de sonetos 'Quarteto', considerado por Thiago de Mello um dos melhores da poesia nacional. Também escreveu  'Sol de Feira' e o haicai "Satori"(que diga-se de passagem, é um livro delicioso, cheio de  graça e com toque de sabedoria oriental, com jeitinho amazonense...).

Sim, deve-se ficar triste por um momento por perder um ser humano ilustre como este, mas deve-se lembrar da sua obra que permeia nossa existência, nossa vida simples e acima de tudo, o mundo amazônico no qual ele vivia e percebia o seu próprio mundo...

Segue o meu poema favorito do autor o livro Frauta de Barro:

Ciranda à roda de um tronco


Mangueira de minha rua
Do velho tronco enrugado
Que serve de alcoviteira
Ao casal de namorados.

O vento mexericando
Com tuas folhas assanhadas
Te arrepia as verdes franjas
Em murmúrios assustados.

As formas dos papagaios
Te pendem das galharias
Como brancos esqueletos
De duendes enforcados.

Te escorre o luar das folhas
Com seu brilho niquelado
Como um colar de rainha
Sobre um dossel desfiado.

Mangueira de minha rua
Vivo cheio de cuidados
Pela ingrata que tortura
Meu coração macerado.

E hei de quebranto e saudade
Morrer contigo abraçado.




A obra de Luiz Bacellar compõe-se por:

Frauta de Barro ( 1963)
Quatro Movimentos (1963)
Sol de Feira (1973) Editora Umberto Calderaro, Manaus
O Crisântemo de Cem Pétalas (1985) em co-autoria com Roberto Evangelista; editado pela Prefeitura Municipal de Manaus; republicado só com os poemas de sua autoria, como “As Pétalas do Crisântemo”, integrando a reunião intitulada Quarteto (1998), edição da Editora Valer de Manaus, com apoio da Fundação Biblioteca Nacional.
Satori (1999) Editora Travessia, Manaus
Os dois primeiros livros, premiados pela Academia de Letras em 1959, e publicados quatro anos depois, pela Livraria São José , no Rio de Janeiro,  já nos apresentam uma obra madura, rica e diversificada.